Reforma Tributária

Classificação fiscal: o que é e o que muda com a Reforma Tributária

A classificação fiscal é um dos pilares da gestão tributária das empresas e ganhará ainda mais importância com a implementação da Reforma Tributária. Entender como ela funciona e quais mudanças estão previstas é fundamental para evitar erros, reduzir riscos e garantir o recolhimento correto dos novos tributos.

O que é classificação fiscal?

A classificação fiscal é o processo de identificar e atribuir um código numérico padronizado a cada produto, com base em suas características físicas, funcionais e de utilização.
Hoje, esse código é a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e serve para determinar:

  • a tributação aplicável ao produto;
  • benefícios fiscais;
  • exigências acessórias;
  • regras de importação e exportação;
  • controles aduaneiros e sanitários.

Uma classificação incorreta pode gerar multas, recolhimentos indevidos, autuações e até retenções de mercadorias.

O que muda com a Reforma Tributária?

Com a chegada da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), a classificação fiscal continuará sendo essencial, mas terá algumas mudanças importantes:

1. A NCM continua — mas ganha mais relevância

A tributação dos novos impostos será definida a partir das categorias de bens e serviços, e a NCM será a base para essa definição.
Ou seja, erros na NCM passam a impactar diretamente a alíquota da CBS e do IBS.

2. Novas listas de exceções

A reforma prevê alíquotas diferenciadas para alguns grupos de produtos — como itens da cesta básica, medicamentos e bens específicos.
Essa diferenciação será determinada com base na classificação fiscal, tornando o processo ainda mais criterioso.

3. Simplificação, mas com mais responsabilidade

Mesmo com a proposta de simplificação tributária, as empresas precisarão garantir que seus produtos estejam classificados corretamente para evitar divergências de alíquotas e problemas no cumprimento das obrigações acessórias.

Por que as empresas devem se preparar agora?

Com a transição do sistema atual para o novo modelo tributário prevista para os próximos anos, é recomendável que as empresas:

  • revisem suas classificações fiscais;
  • façam auditorias internas;
  • atualizem cadastros e descrições de produtos;
  • contem com suporte especializado para evitar riscos.

Uma classificação fiscal correta será determinante para pagar o imposto certo e manter a conformidade tributária.

A classificação fiscal sempre foi importante, mas com a Reforma Tributária ela se torna ainda mais estratégica. Empresas que se atualizarem desde já estarão preparadas para o novo cenário e evitarão transtornos quando o novo sistema entrar em vigor.

Fonte: Jornal Contábil