Reforma Tributária

Reforma Tributária: empresas do Simples terão que escolher regime

A reforma tributária, em fase de implementação no Brasil, traz mudanças importantes para empresas optantes pelo Simples Nacional, especialmente aquelas que realizam vendas para outras pessoas jurídicas. Essas empresas terão que tomar uma decisão estratégica: permanecer no modelo atual ou migrar para um modelo híbrido de recolhimento de impostos.

O que muda na prática?

No modelo vigente, a empresa do Simples recolhe todos os tributos em uma única guia (DAS), independentemente de vender para pessoas físicas ou jurídicas. Com a reforma, abre-se a possibilidade de um regime híbrido, em que parte dos tributos poderá ser recolhida separadamente pelo comprador, via o novo sistema de Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) — que substituirá PIS, Cofins, ICMS e ISS.

Isso significa que, ao vender para outra empresa, o fornecedor optante pelo Simples pode ter parte de sua operação enquadrada dentro do novo sistema, enquanto mantém o restante no formato atual.

Impactos para os pequenos negócios

Essa escolha não é apenas burocrática: impacta diretamente o fluxo de caixa, a precificação e a competitividade da empresa.

  • Fluxo de caixa: dependendo da opção, o recolhimento pode ser mais antecipado ou diluído.
  • Competitividade: empresas que vendem para outras pessoas jurídicas podem se tornar mais atrativas se permitirem ao cliente aproveitar créditos de impostos.
  • Gestão tributária: será necessário avaliar se o modelo híbrido reduz ou aumenta a carga tributária, considerando o setor e o perfil de clientes.

Como decidir?

A melhor escolha dependerá do tipo de operação da empresa. Negócios que vendem principalmente para consumidores finais talvez se beneficiem de permanecer no sistema tradicional do Simples. Já aqueles que fornecem para outras empresas poderão ganhar competitividade no modelo híbrido, pois seus clientes conseguiriam aproveitar créditos tributários.

Essa análise deve ser feita com cautela e com apoio especializado, levando em conta:

  • Margem de lucro da empresa;
  • Perfil da clientela (consumidor final x empresas);
  • Impacto do aproveitamento de créditos para os compradores;
  • Projeção de faturamento e carga tributária.

A reforma tributária não elimina o Simples Nacional, mas exige das empresas uma decisão estratégica que pode fazer toda a diferença na saúde financeira e na competitividade do negócio.

Fonte: Portal Contábil